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segunda-feira, 13 de abril de 2009

AUTOPOIESE E AUTONOMIA

Para Maturana e Varela (2007, p. 55) “a característica mais peculiar de um sistema autopoiético é que ele se levanta por seus próprios cordões, e se constitui como diferente do meio por sua própria dinâmica, de tal maneira que ambas as coisas são inseparáveis.”
E o que distingue o ser vivo é sua organização autopoiética. “Os seres vivos diferentes se distinguem porque têm estruturas distintas, mas são iguais em organização.” Os autores também o consideram como unidades autônomas.

Maturana e Varela (2007, p. 55, 56) utilizam a expressão autonomia em seu sentido corrente. “Um sistema é autônomo se é capaz de especificar sua própria sua própria legalidade”, ou seja, “aquilo que lhe é próprio.”
Os autores não afirmam nem cogitam a possibilidade de que os seres vivos sejam os únicos entes autônomos. Todavia, é destacado pelos mesmos “[...] que uma das propriedades mais imediatas do ser vivo é sua autonomia.” Maturana e Varela asseguram que o mecanismo que faz dos seres vivos sistemas autônomos é a autopoiese.

Os autores ao questionarem sobre como é possível compreender a autonomia do ser vivo, respondem que para compreender tal autonomia faz-se necessário entender a organização que o define como unidade. Perceber os seres vivos como unidades autônomas permite mostrar como sua autonomia se torna explícita ao indicar que aquilo que os define como unidades é a sua organização autopoiética, “[...] e que é nela que eles, ao mesmo tempo, realizam e especificam a si próprios. (MATURANA e VARELA, 2007, p. 56).

2 comentários:

  1. Autopoiesis é um termo criado por Maturana e Varela para designar a célula como algo "auto-criado". De origem biológica, o termo passou a ser empregado em outras áreas, como na neurobiologia, na sociologia e na filosofia, e representa a fusão de dois termos: "auto", que se refere ao próprio objeto, e "poiese", que diz respeito à reprodução/criação A autopoiese é uma terminologia empregada para designar os elementos característicos de um sistema vivo e sua estrutura.
    De acordo com os autores, um ser vivo é um sistema autopoiético, caracterizado como uma rede fechada de produções moleculares (processos), nas quais as moléculas produzidas geram com suas interações a mesma rede de moléculas que as produziu. A conservação da autopoiese e da adaptação de um ser vivo ao seu meio são condições sistêmicas para a vida. Desta forma, um sistema vivo, como sistema autônomo, está constantemente se autoproduzindo, autorregulando e mantendo interações com o meio, onde este apenas desencadeia no ser vivo mudanças determinadas em sua própria estrutura, e não por um agente externo.

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  2. Para Maturana e Varela, a organização dos sistemas vivos ou autopoiéticos não é definida pela caracterísiticas de seus componentes, mas pelas interações e relações destes entre si. Para os autores: “Uma máquina Autopoiética é uma máquina organizada como um sistema de processos de produção de componentes concatenados de tal maneira que produzem componentes que: a) geram os processos (relações) de produção que os produzem através de suas contínuas interações e transformações, e b) constituem à máquina como uma unidade no espaço físico (Página. 71).

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