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terça-feira, 5 de maio de 2009

ADAPTAÇÃO

Na posição de observadores falamos do que ocorre com um organismo em uma situação específica e nesse caso estamos em uma situação peculiar, porque temos, ao mesmo tempo, acesso a estrutura do meio e a estrutura do organismo. Dessa forma, podemos considerar as várias maneiras pelas quais ambas poderiam ter mudado ao se encontrar.
Analisando sob essa perspectiva, as mudanças estruturais que de fato ocorrem numa unidade surgem como "selecionadas" pelo meio, em consequência do contínuo jogo das interações. Assim, o meio pode ser compreendido como um contínuo "seletor" das mudanças estruturais que o organismo experimenta em sua ontogenia.
E o mesmo acontece com o meio. Em sua resposta histórica, ele ou os seres que com ele interagem operam como seletores de suas mudanças estruturais. O acoplamento estrutural é sempre mútuo e recíproco, organismo e meio sofrem transformações.
Nessas circunstâncias - e diante desse fenômeno de acoplamento estrutural entre os organismos e o meio como sistemas operacionalmente independentes, a manutenção dos organismos como sistemas dinâmicos em seu meio aparece como centrada em uma compatibilidade organismo/meio. É o que Maturana e Varela (2001, Páginas 114-115) chamam de adaptação.

Um comentário:

  1. De acordo com Maturana e Varela (2001, Pág. 186-190), os organismos vivos respondem às "perturbações" do meio ambiente por meio de adaptações das suas estruturas internas. Ou seja, o sistema nervoso está em contínua mudança estrutural, ou seja, tem plasticidade. A presença dessa plasticidade se traduz pelo fato do sistema nervoso, ao participar nos domínios e interações dos organismos que selecionam sua mudança estrutural, participa também da deriva deste, com conservação de sua participação.

    Entretanto, a mudança estrutural do sistema nervoso não ocorre sob a forma de alterações radicais de suas grandes linhas de conexões. Em geral estas são invariantes e são normalmente as mesmas em todos os indivíduos de uma espécie.

    Toda interação e todo acoplamento interfere no funcionamento do sistema nervoso por causa das mudanças estruturais que nele desencadeia. Toda experiência é modificadora, embora muitas vezes as mudanças não sejam completamente visíveis.

    A interação com o meio ambiente não adiciona "ingredientes" na estrutura física de um organismo e nem símbolos na sua estrutura mental, mas causa trocas qualitativas e quantitativas nestas estruturas já existentes. A habilidade para detectar perturbações e a classe de troca estrutural que elas produzem está determinada pela filogenia das espécies e pela história das adaptações individuais ou ontogenia.

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