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sábado, 17 de abril de 2010

Conhecer o Conhecer - As Surpresas do Olho

As Surpresas do Olho –

Maturana e Varella mostram que nossa experiência visual cotidiana é diferente do que pensamos ser.
Para melhor ilustrar os autores nos trazem duas situações: a primeira descreve a experiência de tapar o olho esquerdo e olhar fixamente para um ponto como uma cruz ou o polegar, após algum tempo esse ponto simplesmente desaparece, ou seja, não o vimos mais. Porque a imagem cai na zona da retina de onde sai o nervo ótico, que não é sensível a luz, chamado de ponto cego. Marriot um cientista da corte do Luises, mostrou ao rei como ficariam seus súditos sem cabeça antes de decapitá-los utilizando este experimento.
A segunda situação se refere ao fenômeno das sombras coloridas descrito por Otto Von Guericke em 1672, que pode ser experimentado colocando uma cartolina branca e por trás um papel celofane vermelho, assim imaginamos que a sombra produzida destes materiais serão branca ou vermelha ou ainda a mistura das duas. Porém se colocarmos nossa mão por detrás veremos que a sombra produzida é azul-esverdeada.
Comumente nos deparamos com situações de dúvida entre a real cor de determinado objeto vistos por duas pessoas diferentes, acontece que as pessoas são realmente diferentes na sua estrutura e, portanto, não possuem olhos iguais. Assim ambas verão o mesmo objeto com coloração diferente. Nem a mesma pessoa possui os dois olhos exatamente iguais.
É comum também pensar que um objeto muda de cor em função da luz que esta nele refletiva, então um objeto em um ambiente interno possui determinada cor e no externo outra.
Estes fenômenos acontecem também com as dimensões da experiência visual como movimento, textura, forma, etc. Estas experiências mostram que nossa visão esta indubitavelmente atrelada a nossa estrutura.

Florianópolis, 06 de abril de 2010.


Maria de Lourdes Prado

Um comentário:

  1. Oi Lurdinha,
    sabe que esse seu texto sobre a subjetividade das questões óticas me fez lembrar de um fato da minha entrada na adolescência, que me marcou profundamente. Li que uma abelha enxergava o mundo todo octavado, sendo que sua visão se assemelhava a um caleidoscópio. Na época apreendi que a a realidade percebida dependia também da conformação do olho de cada ser, e daí fiz a transposição de que possivelmente cada ser humano teria lá sua diferençazinha entre um olho e outro. Acredito que foi a partir daí que intuitivamente comecei achar que a realidade pode ser diferente para cada um.

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