História: reprodução e hereditariedade

MATURANA, H.; VARELA, F. História: reprodução e hereditariedade. In: A árvore do conhecimento. Editora Psy. São Paulo, 1995, p. 95 - 108.

Este terceiro capítulo do livro A árvore do conhecimento dos autores Maturana e Varela (1995) aborda os fenômenos da reprodução e da hereditariedade. De uma forma geral, será discutido como a dinâmica estrutural de uma unidade autopoiética se complica no processo de reprodução e as conseqüências que este fenômeno causa na história dos seres vivos.
Os autores argumentam que cada ser possui uma história, no caso dos humanos, descendemos por reprodução de nossos antepassados de mais de 3 bilhões de anos. Somos seres multicelulares, sendo cada célula que nos compõe fruto da reprodução da célula primeira que nos formou. Neste sentido, a reprodução faz parte de nossa história como seres humanos, assim como da história de nossos componentes celulares individuais.
A reprodução celular, ou divisão celular, ou ainda mitose é um fenômeno complexo que reordena os elementos celulares no sentido de um esquema para divisão. Uma unidade dá origem à outra unidade de mesma classe ou organização original. Abrem-se parênteses para delimitar que a organização de um sistema é explicada através das relações entre suas partes e da regularidade de suas interações.
Voltando-se a reprodução, pode-se afirmar que esta demanda uma unidade original e o processo que a reproduz. Para os autores, quando se trata dos seres vivos, esta unidade original denomina-se autopoiética, e por sua vez não abarca em sua organização o fenômeno da reprodução. Sendo assim, torna-se possível afirmar que o fenômeno da reprodução não é constitutivo dos seres vivos, pois para que este ocorra é necessário que antes exista uma unidade definida por sua própria organização. Neste sentido, o que os autores pretendem é afirmar que a reprodução é um fenômeno agregado a dinâmica estrutural dos seres vivos.