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quarta-feira, 14 de abril de 2010

O que é a organização de algo?

Os autores levantam a questão da definição de ser vivo, e a partir desse entendimento leva à compreensão dos aspectos biológicos que direcionam o leitor para a busca de respostas para perguntas de cunho existencial: o que somos, quais as heranças recebemos filogeneticamente e mais adiante, qual o impacto dos processos biológicos na condição de seres humanos?

Em específico o trecho compreendido entre as páginas 50 a 52 trata da abordagem do autor para o termo “organização de algo”. A importância de se entender o que é “organização de algo” torna-se imprescindível na medida em que, a partir disso, é desenvolvido o conceito de ser vivo e a decorrência disso na cadeia evolutiva dos seres.

Para que um ser vivo seja considerado como tal, é necessário que ele possua uma organização que o identifique como tal. Mas, o que é essa organização? O que é organização de algo?

Maturana e Varela assim a definem: “Organização de algo é o conjunto das relações que têm de existir para que algo seja”. Ou seja, só existe ser vivo se existirem relações que, caso não existam, fazem com que o ser vivo não exista. São relações intrínsecas da classe a que um ente é vinculado e implica em condições sine-qua-non para a existência de algo. Essas relações intrínsecas para se assegurar a existência de algo são o ponto comum de uma determinada classe de entes.

Para um ente ser considerado ser vivo, Maturana e Varela definem um ponto comum intrínseco a classe dos seres vivos: o sistema autopoiético, i.é., um sistema “que se levanta por seus próprios cordões, e se constitui como diferente do meio por sua própria dinâmica, de tal maneira que ambas as coisas são inseparáveis”. O sistema autopoiético funciona com base em uma organização que sustenta a autopoiese no ser vivo (processo), permitida por uma estrutura que materializa o processo que ocorre na organização.

MATURANA, H. R., VARELA, F. J. A organização do ser vivo, in: A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. 6 ed. Editora Palas Athena. São Paulo, SP.2007. pg 50-55.

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