Acoplamentos de Terceira Ordem – sistema nervoso – acoplamento - complexidade
Analisando sob o ponto de vista da dinâmica interna do organismo, o outro representa uma fonte de perturbações que não são distinguidas das que provém do meio inerte. Mesmo assim as interações entre organismo podem adquirir um caráter recorrente e assim estabelecem um acoplamento estrutural que conserva a individualidade de ambos durante a interação. Quando estes acoplamentos acontecem entre indivíduos com sistema nervoso este fenômeno é chamado de Acoplamento da Terceira Ordem. Se os organismos com sistema nervoso participam de interações recorrentes, os acoplamentos acontecem com diferentes complexidades e estabilidades
Os acoplamentos são necessários para a continuidade de uma linhagem nos organismo com reprodução sexuada, já que ao menos os gametas devem se encontrar e fundir-se. Também os animais que precisam de intercurso sexual para a procriação, o filhotes precisam do cuidado dos pais. Assim é comum a ocorrência de algum grau de acoplamento comportamental na geração e criação dos filhotes.
Criados na cultura patriarcal temos tendência de pensar que é a fêmea que cuida dos filhotes e que o macho trata da proteção e sustento, porém na aves vemos casos de macho e fêmea produzem um produto leitoso e regujitam-no na boca dos filhotes.
No caso dos pingüins para conseguir alimento para o filhote exige a participação do macho e da fêmea. Alguns adultos cuidam de todo o grupo, formando uma espécie de creche enquanto outros saem em busca do alimento. Para os peixes espinhosos, o macho constrói um ninho, seduz a fêmea para que ela ponha os ovos nele e logo após a expulsa. Quando está sozinho agita a cauda fazendo com que a água que banha os ovos circule até que eles se rompam, ou seja, neste caso é o macho que cuida da cria e sua relação com a fêmea é somente para o período dos ovos.
Há muitos exemplos conhecidos de que a fêmea possui a maior parte da responsabilidade sobre os filhotes, porém não há papéis fixos na natureza e nem nas sociedades humanas, em que existem numerosos casos de poliandria e poligamia e assim a divisão das tarefas de criação dos filhos varia de um extremo ao outro.
Florianópolis, 16 de abril de 2010.
Maria de Lourdes Prado
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